Como sou
À vezes eu sou o vento
E tudo, se estou presente,
é bafejado por mim.
Reponto nuvens de chuva,
faço dançar o arvoredo;
sussurrando algum segredo
nas águas causo arrepios.
Estufo as velas dos barcos,
despenteio os arrozais,
sopro as crinas dos baguais,
levo as cinzas dos fogões.
Às vezes eu sou o rio
- silencioso, calmo e misterioso -
carregando algum segredo.
Por fora espelhando nuvens
e as árvores das barrancas...
No fundo de areias brancas,
águas escuras e medos.
Mas sempre sou como sou,
calado e caminhador...
Fonte: Tempo de Viver; Colmar Duarte
Foto: Todas as fotos não nomeadas são minhas.
Praia do Cassino, Rio Grande, RS - Brasil
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