Campeando um rastro de glória
venho sovado de pealo,
erguendo a poeira da história
nas patas do meu cavalo.
O índio, que vive em mim
bate um tambor
no meu peito.
O negro, também assim
tempera e adoça
o meu jeito.
Com laço e com boleadeiras,
com garrucha e com facão
desenhei pátria e fronteira
pago, querência e nação.
Eu sei que não vou morrer
porque de mim vai ficar
o mundo que eu construí
o meu Rio Grande, o meu lar,
campeando as próprias origens
qualquer guri vai achar.
Campeando as próprias origens
qualquer guri vai achar.
Sou a gaita corcoveando
nas mãos do velho gaiteiro,
dizendo por onde ando
que sou gaúcho e campeiro.
Eu sou o moço que canta
o pago em cada canção
e traz na própria garganta
o eco do seu violão.
Sou o guri pêlo duro,
campeando o mundo de amor
e me vou rumo ao futuro
tendo no peito um tambor.
Eu sei que não vou morrer...
Os Fagundes
Foto: Valesca
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