Trovas
Em meio a tanta grandeza,
Neste mundo tão diverso,
Somos todos, com certeza,
Miniatura do Universo.
Ao condensar universos,
A trova vibra e transcende.
Ilumina quatro versos
E à luz dos astros ascende.
As estrelas incrustadas
No céu, que de longe fito,
Dão lágrimas choradas
Pelos deuses, no infinito.
Se a escassez te atrapalha
Sejas pródigo nos bens:
Mesmo ofertando em migalhas,
Reparta o pouco que tens.
O coração nos convence,
Quando perde, tem razão...
E a razão, que sempre vence,
Nunca teve coração.
O bem transcende e reluz,
Refletindo-se no obreiro.
É quem acende uma luz
Que ilumina primeiro.
Saudade, gotas da essência
Que um dia a vida exalou.
Fragrância tênue da ausência
Que o tempo trouxe e levou.
A Deus sempre agradeço
A lição que sei de cor:
- Toda vida é recomeço
De uma existência maior.
As águas do rio, mansas,
Deslizam sempre a cantar,
Carregadas de esperanças,
Para entregá-las ao mar.
Quando estou a navegar,
Envolto no azul de um véu,
Eu não sei se o céu é mar
Ou se o mar é que é o céu.
Fonte: Trovas Escolhidas; Newton Rossi
Imagem: Geada - 8 de julho de 2012 - Canguçu, RS, Brasil
Foto: Loila Matos
Ver:
Haikai: Azedinha-de-flor-amarela - Oxalis corniculata - Canguçu em Cores II
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