quinta-feira, 19 de julho de 2012

Trovas Escolhidas - Newton Rossi - Imagem - Geada - Canguçu - RS - Brasil

Trovas
Em meio a tanta grandeza,
Neste mundo tão diverso,
Somos todos, com certeza,
Miniatura do Universo.

Ao condensar universos,
A trova vibra e transcende.
Ilumina quatro versos
E à luz dos astros ascende.

As estrelas incrustadas
No céu, que de longe fito,
Dão lágrimas choradas
Pelos deuses, no infinito.

Se a escassez te atrapalha
Sejas pródigo nos bens:
Mesmo ofertando em migalhas,
Reparta o pouco que tens.

O coração nos convence,
Quando perde, tem razão...
E a razão, que sempre vence,
Nunca teve coração.

O bem transcende e reluz,
Refletindo-se no obreiro.
É quem acende uma luz
Que ilumina primeiro.

Saudade, gotas da essência
Que um dia a vida exalou.
Fragrância tênue da ausência
Que o tempo trouxe e levou.

A Deus sempre agradeço
A lição que sei de cor:
- Toda vida é recomeço
De uma existência maior.

As águas do rio, mansas,
Deslizam sempre a cantar,
Carregadas de esperanças,
Para entregá-las ao mar.

Quando estou a navegar,
Envolto no azul de um véu,
Eu não sei se o céu é mar
Ou se o mar é que é o céu.

Fonte: Trovas Escolhidas; Newton Rossi

Imagem: Geada -  8 de julho de 2012 - Canguçu, RS, Brasil

Foto: Loila Matos

Ver:

 Haikai: Azedinha-de-flor-amarela - Oxalis corniculata  - Canguçu em Cores II

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